Domingo, 22 de Junho de 2014 - 08:40
Coluna A Tarde: Um não à mesmice
Duas candidaturas ao governo da Bahia – com as chapas completas – estão definidas: a de Paulo Souto e a de Lídice da Mata. Falta a última, de Rui Costa, cuja convenção será realizada no dia 27, em grande estilo, como a de Souto, que ocupou todo o espaço do Unique. Os petistas querem mais. Pretendem encher o Parque de Exposição com militantes do interior e, naturalmente, da Capital. No caso, pretende-se que no confronto numérico de pessoas, Costa leve vantagem, numa convenção que servirá também para Dilma Rousseff, que estará aqui ao lado de Lula.
Na guerra das pesquisas, o foco está na sucessão presidencial, a última das quais –do Ibope – divulgada no feriado de quinta-feira, constatou-se alguns fatos interessantes: haverá segundo turno se a pesquisa estiver certa; a oposição continua em ascensão; a presidente Dilma com queda diminuta em comparação à consulta do mesmo instituto realizada no mês passado; o elevado percentual de eleitores que declaram falta de interesse no pleito de outubro; as regiões Sul com Aécio à frente; a Sudeste com Dilma à frente com uma diferença pequena; e no Nordeste a presidente comanda, mas com Eduardo Campos em segundo lugar, por ter sido governador de Pernambuco.
A situação nordestina é curiosa. Aécio Neves está a torcer por Eduardo porque o somatório dos votos da oposição e dos candidatos nanicos é que determinará o segundo turno, que permanece como uma realidade. Para os oposicionistas, por ora, é isso o que interessa. A definição do pleito em segunda rodada é uma questão que só valerá para depois do primeiro turno. Aliás, como sempre acontece, o final dos últimos meses, principalmente este, marcado pelas convenções, os institutos de consultas colocam seus exércitos nas ruas para pesquisar se o cenário eleitoral sofreu mudanças.
É o que está a acontecer no momento. Interessante porque se observam as tendências, a partir dos resultados em separado de cada um deles, que nos últimos meses oscilaram apenas nos percentuais dentro do mesmo quadro que engloba governo e oposição. Aqui na Bahia, até o momento, só foi realizada uma pesquisa registrada no TRE, em que aparece um quadro plenamente favorável à oposição, com Paulo Souto aparecendo com 42%; Lídice da Mata com 11% e Rui Costa com 9%. É possível que surja uma nova pesquisa depois da convenção do PT. O que tem ocorrido é um crescimento da aliança de Paulo Souto, agora com 17 partidos e, naturalmente, conseqüência de uma fuga das legendas antes apoiadoras de Jaques Wagner e de Rui.
Há outro fato, este próprio da atividade política sem ética: quando Jaques Wagner se elegeu e o carlismo se dispersou (foi quando o PFL desapareceu e surgiu o DEM) grande parte dos integrantes que viviam à sombra de ACM, num asqueroso puxa-saquismo, correu a se ajoelhar diante do novo governador. Como são trânsfugas, por natureza e porque desconhecem a ética política - se é que existe ética na política - , agora eles fazem a viagem de volta: chegam aos borbotões procurando o ninho de outros tempos, que já não é o mesmo. O que conheciam ficou no passado. Chegam pendurados, muitas vezes, nos partidos neo-aliados de Souto, esgueirando-se pelas sombras pisando devagarzinho. O candidato certamente bem os conhece. Por dentro e por fora.
Está mais do que na hora de fazer uma lavagem na política baiana excluindo-os para que se tornem o que são: zumbis da safadeza. Isto não vale para Paulo Souto exclusivamente, mas para Rui Costa e Lídice da Mata, enfim para quem vier a ser o governador(a) da Bahia. O estado já não pode conviver com o se-me-dão-eu-apoio. Quer experimentar novos tempos, com menos política na organização do governo que vier a se implantar e mais meritocracia. Novos quadros, novos composições, para que a nova realidade esteja voltada para o futuro e não para a mesmice.
*Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde deste domingo (22)
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