domingo, 13 de julho de 2014

POLÍTICA E COPA

Domingo, 13 de Julho de 2014 - 12:20
Nunca uma Copa foi tão politizada, diz historiador


Foto: Reprodução
Em nenhum outro momento da história do Brasil e das Copas o futebol e a política estiveram tão interligados quanto neste Mundial. A realização do torneio no País já interferiu no processo eleitoral, a goleada de 7 a 1 sofrida pela seleção diante da Alemanha vai influenciar o humor dos eleitores e o prejuízo deve cair na conta da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. As afirmações são do historiador Flávio de Campos, coordenador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Futebol e Modalidades Lúdicas (Ludens) da Universidade de São Paulo (USP). 

"Talvez em nenhum momento na história do Brasil e das Copas do Mundo a política se articulou tanto com o esporte. Desde junho de 2013 a política acompanhou o desenrolar do torneio. Às vésperas da abertura havia um clima de desmobilização torcedora, uma apatia torcedora, e isso foi se modificando. Aquilo começou a se transformar em uma mobilização da torcida verde-amarela e curiosamente na desmobilização das manifestações sociais e mesmo dos movimentos grevistas de várias categorias que haviam se apresentado no mês de maio e começo de junho." "A Copa já interferiu no resultado das eleições. Os índices de popularidade da presidenta Dilma desidrataram desde junho de 2013, quando começaram os questionamentos sobre o preço dos estádios, desvios e uso de dinheiro público, até antes do início da Copa e com o desempenho da seleção brasileira e o decorrer da competição começaram a subir outra vez. Pouco, mas avançaram." "Dilma sai perdendo pela falta de embate político do governo. Concordo com o Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência) quando ele disse que os xingamentos a Dilma (na abertura da Copa) não partiram só da elite. Está faltando para o PT a discussão política. Faltou ao governo federal alguém que faça a defesa dos aspectos positivos da Copa. Não existe quem faça isso hoje, quem combata a apropriação que a oposição faz, e vai fazer, dos problemas de organização. E isso também é absolutamente democrático." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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